PERSPECTIVAS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE RH PARA O MERCADO

Carlos Henrique de Mattos Lencioni – 11/12/2018

Carlos Henrique de Mattos Lencioni
Mestre em Engenharia Mecânica
FSL de Caçapava

As organizações industriais são sistemas complexos, os quais são compostos de subsistemas interligados ao longo da cadeia de suprimentos e que podem ser tratados como processos. Estes processos interagem entre si e com os meios externos, supostamente visando atingir os “macro” objetivos da organização.

No entanto, particularidades dos processos, em especial presentes nos processos logísticos, geram a existência de objetivos particulares, os quais muitas vezes são conflitantes com os objetivos de outros processos. Este cenário de objetivos conflitantes e concorrentes tem o potencial de comprometer a eficácia da organização e normalmente compromete sua eficiência, na medida em que, na busca da maximização do cumprimento de seu importante reconhecer obstáculos, ou barreiras, que frequentemente inibem o processo de integração interna.

Essas práticas visam executar cada tarefa funcional da melhor maneira possível, dando pouca consideração à forma como uma área de trabalho afeta outra. Como o escopo da logística funcional. A excelência funcional é importante, mas não deve ser perseguida em prejuízo da integração total da logística .

Sabendo que o Marketing da empresa reflete as aspirações do mercado consumidor essas aspirações precisam ser tornadas concretas, de forma que o setor de Logística possa executá-las dentro dos limites aceitáveis de prazos e custos. Deve haver, então, um processo interativo entre os dois setores, de forma a atender, na prática, os anseios do setor de Marketing (que reflete os desejos do mercado).

Na verdade, há um terceiro setor da empresa que raciocina de forma oposta ao setor de Marketing: é a área de Finanças. De forma sistêmica, o pessoal de Logística fará o papel de intermediador entre Marketing e Finanças, levando a uma solução que satisfaça a ambos e a empresa como um todo).

As atividades de produção e de movimentação de bens se sobrepõem substancialmente. É nesta interface que o relacionamento entre produção/distribuição física acontece. Esse relacionamento não é tão bem definido como no caso de Marketing.

De qualquer modo, a relação é forte. Ela ocorre pelo menos de duas maneiras: (1) na programação de ordens de re-suprimento dos armazéns e (2) na definição da carga de produção das fábricas. Geralmente, é responsabilidade da distribuição iniciar os pedidos de re-suprimento para abastecer os estoques dos armazéns de linha de frente.

Se isto for desempenhado sem levar em conta os custos de produção, esta pode ser forçada a trabalhar com sequenciamento inadequado de produtos e com pequenos lotes de produção. Por outro lado, caso a produção despreze o custo de distribuição nas suas decisões de sequenciamento de produto, o custo de entrega pode ser demasiado elevado devido às formas anti-econômicas de transporte e aos maiores níveis de estoque exigidos do sistema. Melhor coordenação entre a programação e a quantidade dos fluxos é necessária. Em segundo lugar, o padrão de distribuição em geral determina as quantidades e os tipos de produtos fabricados em cada uma das plantas que compõem a rede logística. O modo pelo qual a demanda é designada pode afetar grandemente os custos totais de produção. Portanto, a programação da produção e a movimentação de bens devem ser planejadas como um problema conjunto . Os problemas logísticos requerem soluções sistêmicas que envolvem decisões de natureza diversa dentro da empresa. Por exemplo, ao definir um determinado prazo de entrega para os produtos de uma firma (nível de serviço), ocorrerão efeitos diretos e indiretos na operação da frota, nos níveis de estoque, nos custos e até mesmo nos investimentos (maior número de veículos, maior quantidade de equipamentos para movimentação da mercadoria no armazém, etc). De acordo com esse enfoque, o profissional de logística deverá desenvolver e analisar alternativas diversas de solução, considerando a empresa no seu todo, e trazendo os resultados para uma discussão aberta com os setores de marketing, finanças, produção, entre outros. Na avaliação das alternativas de solução para o problema logístico, aparecem, quase sempre, variáveis quantitativas (custo, investimentos, prazos de entrega) juntos com variáveis qualitativas (satisfação do cliente, imagem da empresa).

Para apoio às decisões que contemplem as necessidades financeiras, de marketing e logísticas, a norma NBR ISO 9001:2015 apresenta como requisito que a Alta Direção da organização analise criticamente o sistema de gestão da qualidade, a intervalos planejados, para assegurar sua contínua pertinência, adequação e eficácia. Estabelece que essa análise crítica deve incluir a avaliação de oportunidades para melhoria e necessidade de mudanças no sistema de gestão da qualidade, incluindo os objetivos da qualidade.

Como entradas para a análise crítica, a Norma determina, entre outras, que sejam consideradas informações sobre o desempenho dos processos. Como saídas, ela determina, entre outras, que selam consideradas quaisquer decisões e ações relacionadas à melhoria da eficácia do sistema de gestão da qualidade e de seus processos.

Nesse sentido a formação profissional principalmente do Gestor de Recursos Humanos deve estar aliada ao mercado e as necessidades eminentes  do mundo trabalho tendo como foco a melhoria da qualidade dos serviços prestados.

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