Por 2 em 1 Educacional
O preconceito etário no mercado de trabalho é uma realidade incômoda, muitas vezes silenciosa, mas profundamente enraizada em práticas corporativas e sociais. No Brasil, esse fenômeno ganhou ainda mais visibilidade nos últimos anos, com o envelhecimento da população economicamente ativa. Mas ainda que esse tipo de discriminação exista, ele não pode ser usado como justificativa para paralisar sonhos, bloquear iniciativas ou frear o impulso pela reinvenção profissional.
O que dizem os dados
Estudos recentes mostram que 86% das pessoas com mais de 60 anos já enfrentaram algum tipo de discriminação por idade no mercado de trabalho brasileiro. Frases como “você está superqualificado”, “não combina com a equipe” ou “não tem o mesmo ritmo dos mais jovens” são comuns e dolorosas — não apenas pela exclusão explícita que comunicam, mas também pela invisibilização das competências e da trajetória desses profissionais (Correio Braziliense, 2024).
Apesar de representarem cerca de 25% da população brasileira e 22% da força de trabalho ativa, os profissionais com mais de 50 anos têm pouca visibilidade nas estratégias de recrutamento. Um levantamento da consultoria Vagas.com mostrou que apenas 5% das empresas contratam regularmente pessoas com mais de 50 anos, refletindo uma mentalidade ainda ancorada em mitos sobre produtividade, inovação e adaptação tecnológica.
Outro dado preocupante é o da informalidade. De acordo com o IBGE, mais de 4 milhões de pessoas idosas estavam na informalidade em 2022, um aumento de 36,6% em relação aos anos anteriores. Isso evidencia não apenas o preconceito nas contratações formais, mas também a precarização das relações de trabalho com o avanço da idade.
Entretanto, nem tudo são sombras. Entre 2023 e 2024, o número de contratações formais de profissionais com mais de 50 anos cresceu 8,8%, gerando cerca de 700 mil novos postos de trabalho. Essa tendência positiva aponta para um movimento ainda tímido, mas necessário, de valorização da experiência e da maturidade em áreas como atendimento ao cliente, educação, saúde, consultoria e até em setores de tecnologia.
A armadilha da vitimização
Sim, o etarismo é real. Sim, ele machuca. Mas há um risco maior do que o preconceito externo: internalizar esse preconceito e usá-lo como justificativa para não agir. O sentimento de inadequação, a frustração pelas portas fechadas e a ausência de reconhecimento podem levar ao que chamamos de “inércia identitária”: quando a dor da rejeição se transforma em identidade e paralisa a ação.
Mas a verdade é que a reinvenção profissional na maturidade é possível — e, mais do que possível, é necessária. E ela não acontece por mágica, tampouco por sorte. Ela começa quando mudamos a chave da narrativa: deixamos de enxergar a nós mesmos como vítimas permanentes do sistema e passamos a nos ver como protagonistas ativos da própria trajetória.
Reinvenção como estratégia
Ser protagonista significa:
- Buscar novas referências: entender o que mudou no seu setor, quais são as novas exigências do mercado e como sua bagagem pode ser reinterpretada à luz dessas transformações;
- Aprender continuamente: investir em cursos de atualização, certificações, workshops e mentorias. O aprendizado ao longo da vida é um dos pilares da empregabilidade moderna;
- Ampliar redes de contato: conectar-se com pessoas de diferentes gerações e áreas, participar de comunidades profissionais e construir sua marca pessoal;
- Reorganizar sua vitrine profissional: currículo, LinkedIn, discurso e até a forma como você se apresenta em entrevistas precisam estar alinhados com o que o mercado busca hoje — sem perder a autenticidade;
- Oferecer soluções, não apenas experiências: o mercado quer saber como você pode resolver problemas atuais, não apenas ouvir histórias do passado.
O papel da educação continuada
Na 2 em 1 Educacional, acreditamos que a educação é a ponte entre passado e futuro. Para os profissionais maduros, ela é mais do que uma estratégia: é uma ferramenta de resgate, de reinvenção e de empoderamento. Nossos cursos, mentorias e programas foram pensados para ajudar pessoas em processo de transição a reconstruírem suas trajetórias com segurança, propósito e autonomia.
A idade traz vivência, repertório, responsabilidade e sabedoria. Mas, no mundo profissional contemporâneo, é a capacidade de aprender, desaprender e reaprender que define quem se mantém relevante.
Conclusão
Sim, o etarismo existe — e precisa ser combatido. Mas a luta contra ele começa dentro de cada um de nós. Não podemos permitir que o preconceito do outro se torne a prisão dos nossos projetos. Reinventar-se é, antes de tudo, um ato de coragem, consistência e visão de futuro.
E coragem, a gente sabe que você já tem.
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